domingo, 7 de setembro de 2008

"Eu não tenho culpa de estar assim"



A lei diz " tratar todos por iguais".
Será que é assim?
Receio que a resposta não seja a mais animadora. Em Portugal muita gente têm diferenças físicas e psicológicas , dos que tendem a ser "normais."
Na renovação da lei , visava-se a mudança arquitectónica dos espaços públicos permitindo uma acessibilidade a qualquer cidadão. Aplicados em autocarros , tribunais , hospitais , teatros...
Ás vezes a utopia política se afasta da realidade. É certo que alguns autocarros têm essa oportunidade mecânica , de oferecer transporte a qualqer cidadão , e até mesmo alguns hospitais.
Mas o que aconteceu aos teatros , as rampas de passadeira , aos bancos , aos tribunais? Mantiveram-se iguais e assim a ilusão de sermos todos iguais afastou-se ainda mais do seu protótipo.
Quanto a empregabilidade as coisas mantêm-se a meio termo , mas ainda há quem prefira distinguir um trabalhador com deficiência , dum trabalhador normal.
Mas boas noticías! Muitas empresas estão a empregar pessoas com deficiência não só a nivel motor como mental , agrupando estes cidadãos numa sociedade mais justa e mais integra.
Permite-lhes constuir futuros mais iguais , numa condição de vida mais estável , como qualquer outra pessoa.

Mas é infelizmente no campo social e pessoal ,que a discriminação mais acontece. Quer seja por pena , ou por repudio , as pessoas com deficiência são marginalizadas , e postas de parte .
Muitos são aqueles que lançam um olhar de pena , ou até mesmo um olhar escandalizado.
Muitos são aqueles que aproveitam desta situação para se destacarem no seu grupo de amizades , formando piadas , que a meu ver , revelam deficiência intelectual.


Se Portugal quer acompanhar a Europa , sugiro que primeiro nos tratemos todos por iguais.
Porque ninguêm têm culpa de ser possuidor duma deficiência. E fazem disso um motivo para viver ainda mais intensamente.


A eles , todo o nosso louvor.

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